O telefone tocou. Resolvi não atender, tenho que terminar de escrever um monte de frases que jogadas em páginas servirão de inspiração a algum louco por narcóticos e vadiagem encontrar sentido em suas divagações etílicas em ouvidos alheios. O barulho desse aparelho de merda me incomoda, mas não o suficiente para me fazer atendê-lo. Continuo a escrever. Linhas torpes e sem graça se enfileiram na página que vai deixando de ser branca sem ao menos conter algo que merece ser lido. O ruído continua firme. Parece querer a todo custo minha atenção. Sou mais forte. Outras letras flutuam no papel... e o maldito aparelho continua a gritar para mim. Queria escrever uma tragédia, mas os deuses me deixam louco: Que barulho infernal! Começo a gritar com o papel para abafar o tilintar deste Titã incansável que continua a me torturar. Mas ele continua a testar meus nervos e eu a postos: de frente para a máquina, papel no acerto, dedos preparados... as idéias dançam com a campainha... Sol, sal, mar... triiiimmm... bela, lábios, baton... triiiimmm... sangue, areia, lagrimas... triiiimmm... barulho, telefone, janela... triiimmm... cabeça da véia lá em baixo... parou de chamar!
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